Domingo. 22h40. Praça Saens Pena. Jornaleiro (aquele no meio da Praça, próximo à entrada do metrô).
O casal entrou no jornaleiro, em busca de algo para a filha/enteada. Não tinha ninguém dentro, nem mesmo o próprio jornaleiro.
Folhearam alguns gibis da Turma da Mônica. Eis que a moça, do casal, avistou uma coleção de cinco gibis, da Turma da Mônica, no estilo de desenho antigo.
- Olha, amor, do antigo! Veja só...
- É...
- Eu sou antigo mesmo!
- Oi?
- A senhora aí falando de antigo, eu sou antigo mesmo. - era o jornaleiro, um senhor com aparência de 60 / 70 anos, que surgiu, do lado de fora da banca.
- Não, senhor, estava falando do gibi.
- Ah, sim, desculpe. É porque a senhora falou "antigo" e achei que tava se referindo a mim. Porque eu sou antigo, mesmo. Mas ainda trabalho.
- Não senhor, tava falando do gibi.
A moça do casal aproximou-se do rapaz (o seu cônjuge).
- Veja só, se precisar, tem o seu esposo para te defender.
- Mas eu não estava chamando o senhor de antigo, senhor! Estava me referindo ao gibi! Ao gibi!
- Ah sim. A senhora me desculpe. Eu entendi errado. O senhor me desculpe também. Eu tinha entendido outra coisa. Mas, se precisar, tem o marido para defender, não é?
O casal saiu do jornaleiro sem comprar nada. E achando o jornaleiro bastante sem noção-e-educação. As antiguidades costumam ser mais refinadas, não?
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