Era uma segunda-feira. Luana e André atravessaram a Rua Conde de Bonfim em direção à Praça Saens Peña exatamente às 23h50. Como o portão do metrô estava aberto, correram. Iam em direção à Copacabana.
Cumprimentaram o segurança que, em seguida, fechou o portão.
Apenas uma bilheteria funcionava. André ia comprar dois bilhetes unitários (2x R$ 3,50 = R$ 7,00).
Diz o Decreto 7.445 de 02 de março de 1988 (veja bem! mil-novecentos-e-oitenta-e-oito!) (Aqui: http://www.rioonibus.com/servicos/legislacao/ e aqui: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2011/Decreto/D7445.htm), "o troco máximo obrigatório no Serviço de Transporte Coletivo de passageiros (...) do Município do Rio de Janeiro é de até 20 vezes o valor da tarifa". Ou seja: sendo a passagem no valor de R$ 3,50, André poderia pagar, até, com uma "nota" de R$ 70 (por uma única passagem).
André entregou, à bilheteira, uma nota de R$ 50:
- Boa noite. Dois unitários, por favor.
O olhar da bilheteira foi na nota. Foi nos olhos do André.
- Tá de sacanagem, né?
- Oi?
A nota ficou ali. Parada.
Os olhos do André, em câmera lenta, foram no crachá da moça.
Mais rápida do que a câmera lenta do seu olhar, ela virou o crachá, para que o casal não visse seu nome.
Contou o troco e entregou R$ 43 para André, sem cruzar o olhar.
- Obrigado. Boa noite.
O casal não conseguiu descobrir (ler!) o nome da funcionária.
Minutos depois, ela passou por Luana e André, na plataforma, ainda com o crachá virado.
Eles pensaram em tirar uma foto, mas, neste caso, seria tão ofensivo quanto o "tá de sacanagem, né?".
O que restou é: era a funcionária da bilheteria do Metrô Rio, estação Saens Peña, de plantão na segunda-feira (dia 19 de maio) às 23h50.
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